O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, esteve neste domingo (9/4) nas regiões de Trizidela do Vale e Pedreiras, no Maranhão, atingidas por fortes chuvas e enchentes nas últimas semanas. Desde o início do ano, 64 municípios do estado decretaram situação de emergência, 53 delas já reconhecidas pelo Governo Federal. De acordo com estimativas do governo do Maranhão, há um total de 7,5 mil famílias desabrigadas e 35 mil famílias desalojadas levando em conta os 64 municípios afligidos.
O presidente pousou por volta das 9h em Bacabal, fez um sobrevoo ao lado do governador do Maranhão, Carlos Brandão, nas áreas mais prejudicadas em Trizidela do Vale e Pedreiras, e na sequência retornou a Bacabal. Lá, visitou um abrigo na Paróquia Santa Terezinha.
presidente ouviu de moradores, prefeitos da região e autoridades locais as principais demandas de auxílio humanitário. “Eu sei o que esse povo passa: deixar sua casa, deixar seus móveis, às vezes não tem tempo de tirar nada, perde tudo o que tem. Perde geladeira, perde fogão, perde cama, perde colchão”, ressaltou Lula. “Vim aqui para fazer aquela visita de conforto às pessoas. É importante vocês saberem que já morei em bairros que enchiam d’água e não era pouca não”, completou o presidente.
Segundo levantamento do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, mais de R$ 8,5 milhões foram enviados pelo Governo Federal ao estado e a municípios do Maranhão neste ano para auxílio direto a vítimas de enchentes e alagamentos.
“Num primeiro instante trabalhamos nos planos de ajuda humanitária. São colchões, água, alimentação, cestas básicas, material de higiene pessoal”, listou o ministro Waldez Góes. Paralelamente, há o trabalho de reconstrução e recuperação de estruturas danificadas. No país como um todo, foram aplicados mais de R$ 305 milhões via Defesa Civil até o fim de março para atender emergencialmente a 4,8 milhões de pessoas de todas as regiões.
Para o presidente Lula, um dos diferenciais da atual gestão é ter retomado o pacto federativo e a disposição de atuar em parceria com estados e municípios. “Queremos mostrar que não é possível esse país dar certo se não tiver uma combinação entre prefeitos, governadores e o presidente da República”, comentou Lula.
“Quero dizer ao povo do Maranhão que o Governo Federal não faltará em nenhuma hipótese às necessidades de cuidar do povo desse estado, sobretudo das pessoas que estão ficando em situação muito desconfortável como as que estão com as casas alagadas”, disse o presidente.
Segundo o governador do Maranhão, Carlos Brandão, o estado tem encontrado a parceria necessária com o Governo Federal para atuar diante da emergência humanitária. “As nossas palavras são de gratidão. Não tem faltado apoio no que diz respeito a alimentação, colchões, água, cestas básicas. Fico feliz também por sua sensibilidade, presidente, de deixar sua casa num domingo de Páscoa para olhar no olho e trazer solidariedade a essas pessoas”, disse.
“Hoje é dia de Páscoa, de confraternização com as famílias, mas vim ao Maranhão porque vou à China na terça e não poderia viajar para outro país sem antes vir a um dos estados do país que mais está sofrendo com as enchentes”, concluiu o presidente Lula. A comitiva do Governo Federal neste domingo foi composta também pelos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Jader Filho (Cidades) e Luiz Marinho (Previdência e Trabalho).
SAÚDE – Além das ações de Defesa Civil, o suporte a desastres naturais no Maranhão conta com iniciativas do Ministério da Saúde, por meio da Vigilância em Desastres Nacional. Já foram entregues ao estado três kits para primeiros socorros. Cada kit atende 500 pessoas por um período de três meses ou 1.500 pessoas por mês. Na composição dos kits, 32 medicamentos, entre eles antibióticos (importantes para conter surtos de leptospirose) e 16 insumos. A pasta enviou também técnicos para apoio na instalação da Sala de Situação de Saúde, ajudou a formular um Plano de Ação para os primeiros 15 dias, elaborou um instrumento padronizado de coleta de dados da saúde e um organograma com definição de atividade de cada técnico.