Nos últimos dez anos, os casos de HIV entre pessoas acima de 60 anos quadruplicaram, segundo dados do Ministério da Saúde. Em 2022, foram registrados 1.951 casos envolvendo esse grupo etário. No Maranhão, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) identificou 299 casos entre idosos nos últimos dois anos, com crescimento na faixa de 65 anos ou mais, de 69 para 78 diagnósticos entre 2023 e 2024.
Para o infectologista Yuri Eloy, da Hapvida Notredame Intermédica, diversos fatores explicam esse aumento. “A maior longevidade sexual, aliada ao uso de medicamentos como inibidores de disfunção erétil, tem permitido que os idosos mantenham uma vida sexual ativa. No entanto, jamais se pode negligenciar o uso de preservativos, que são indispensáveis em todas as etapas da vida”, afirmou.
Ele também ressalta a relevância da realização de campanhas educativas voltadas a essa população. “É importantíssimo dialogar com as pessoas idosas, que precisam se sentir incluídas nesse debate e conhecer os riscos relacionados às infecções sexualmente transmissíveis”, explicou.
Outro ponto crítico é o tabu em torno da sexualidade na terceira idade. Segundo Yuri, “muitos idosos evitam discutir questões de sexualidade com médicos ou parceiros, o que dificulta a identificação de ISTs e contribui para diagnósticos tardios”, acrescentou.