A Terra registrou o fevereiro mais quente da história. Dados do observatório europeu Copernicus, divulgados nesta quinta-feira (7), mostram que o mês teve uma temperatura média superficial de 13,54ºC, número 0,12ºC superior ao recorde anterior, em 2016. O valor também está 1,56°C acima em comparação ao período pré-industrial (1850-1900).
Este é o nono mês consecutivo com recorde de calor. Desde junho do ano passado, o planeta vem quebrando recordes de temperatura, sobretudo devido à influência do fenômeno meteorológico El Niño. Neste ano, os cientistas da Copernicus confirmaram que 2023 superou 2016, sendo classificado como o ano mais quente da história.
Em janeiro, a temperatura da superfície dos oceanos também ficou acima da média em grandes partes do mundo, resultando em novos recordes para o mês. Segundo os dados europeus, os termômetros atingiram média de 21,06°C, batendo o recorde registrado em agosto de 2023, de 20,98ºC — até então considerado o mais quente para os oceanos.
A divulgação do relatório confirma o avanço da crise climática no mundo, causada, sobretudo, pela emissão de gases de efeito estufa. No início do ano, cientistas da Copernicus afirmaram que a temperatura global iria ultrapassar, ainda este ano, o limite de 1,5ºC — em relação aos níveis pré-industriais —, estipulado pelo Acordo de Paris.
O cenário é preocupante, uma vez que o aquecimento acima da meta deve provocar consequências extremas para o meio ambiente e a humanidade, como o aumento de queimadas e da transmissão de doenças por mosquitos. Outra consequência é o derretimento em maior velocidade e das geleiras, que farão com que cidades costeiras, como o Rio de Janeiro (RJ), fiquem submersas nos próximos anos.
“O clima responde às concentrações reais de gases com efeito de estufa na atmosfera, pelo que, a menos que consigamos estabilizá-los, enfrentaremos inevitavelmente novos recordes de temperatura global e as suas consequências”, reforçou Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S).