O Centro de Previsão Climática da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos anunciou na quinta-feira (8/6) o início do fenômeno conhecido como El Niño. E o receio por um outro fenômeno chamado Super El Niño já preocupa os cientistas, já que ele pode elevar a temperatura média do planeta em até 2,5°C ainda este ano.
Enquanto o El Niño é responsável pelo aquecimento das águas do oceano Pacífico, próximo a linha do Equador, o Super El Niño é uma versão mais intensa e com consequências ainda mais devastadoras. Os dois têm efeitos que podem ser sentidos em diversas partes do planeta, com possíveis desastres naturais, sem que se possa prever a periodicidade.
De acordo com Michelle L’Heureux, cientista do clima da NOAA, novos recordes de temperaturas poderão ser observados. “A mudança climática pode exacerbar ou mitigar certos impactos relacionados ao El Niño. Por exemplo, o El Niño pode levar a novos recordes de temperatura, principalmente em áreas que já experimentam temperaturas acima da média durante o El Niño”, diz L’Heureux.
Três Super El Niño foram registrados nos últimos 130 anos: em 1982, 1998 e 2015. A seca extrema entre 2015 e 2016, inclusive, levou ao aumento das queimadas nas florestas brasileiras, principalmente na região amazônica.
De acordo com a NOAA, há 84% de chance de um El Niño de força moderada e 56% de um forte fenômeno se desenvolver no início do inverno no hemisfério norte, em dezembro. “Dependendo de sua força, o El Niño pode causar uma série de impactos, como aumentar o risco de chuvas fortes e secas em determinados locais do mundo”, continua L’Heureux.
Na região Norte e Nordeste, o fenômeno causa um grande aumento das temperaturas e prolonga os períodos de seca e estiagem. O que poderá desequilibrar a fauna local e registrar um aumento nos incêndios florestais.
Por outro lado, nas regiões Sudeste e Sul, o El Niño gera um aumento na quantidade de chuvas e poderá provocar elevação dos níveis dos rios, enchentes e desmoronamentos.