Arlieude de Sousa Ferreira e Francy Rebeca Morais foram condenadas em júri popular pela morte da transexual Natasha Nascimento, que foi brutalmente espancada após sair de uma festa. O julgamento aconteceu nessa quarta (2), no Fórum do município de São Luís Gonzaga do Maranhão, na região do Médio Mearim.
Arlieude de Sousa foi condenada a 16 anos e 11 meses de prisão, e Francy Rebeca a 11 anos e 7 meses, mas vão poder recorrer da decisão da Justiça em liberdade. O júri popular teve início logo pela manhã, e durou mais de 10 horas.
Nove testemunhas foram convocadas para a sessão, cinco de acusação e quatro indicadas pela defesa das acusadas. O primeiro a ser ouvido foi o vigia de escola que fica localizada próximo à estrada onde a vítima foi encontrada espancada.
A defesa das acusadas alegou que Natasha não foi assassinada, mas vítima de atropelamento. No entanto, a mãe da vítima afirma que foram essas mulheres que mataram a filha pois, segundo ela, isso foi confirmado por Natasha quando ela estava internada em São Luís.
“Eu perguntei: ‘Minha filha sabe quem foi? Aperta minha mão’. Aí ela apertava minha mão, que tinha sido [elas]”, disse Deusina Nascimento.
Cinco pessoas foram indiciadas por participarem do espancamento de Natasha Nascimento. O homem que, segundo polícia, seria o dono da motocicleta usada por elas no dia do assassinato, foi condenado por crime de trânsito e já cumpriu a sentença.
O crime
O crime aconteceu em 2020. Natasha Nascimento foi espancada por cinco pessoas enquanto passava pela BR-316, na altura de São Luís Gonzaga. Ela teve seis costelas quebradas, o maxilar deslocado e várias fraturas pelo corpo.
Natasha ficou internada por duas semanas no Hospital Dr. Carlos Macieira, em São Luís, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu.
A mãe de Natasha, Delsina Nascimento, relatou que a filha sempre enfrentou desafios por conta da orientação sexual e que temia pela segurança da família.